25 de fevereiro de 2014

Opinião - Capitão de Navio


Segundo tomo da mais apaixonante série de romances históricos de tema naval, Capitão de Navio mergulha-nos de novo nas aventuras de Jack Aubrey e Stephen Maturin, com quem os leitores portugueses tomaram já contacto em Capitão de Mar e Guerra, anteriormente publicado nesta mesma colecção.
À espera que lhe seja atribuído o comando de um novo barco, Aubrey passa uma temporada no campo durante a qual consolida uma tempestuosa história de amor com aquela que será a mulher da sua vida. Porém reduzido à indigência, com dívidas suficientes para lhe garantirem prisão perpétua, vê-se obrigado a fugir para França, onde se depara com a ameaça napoleónica. Atravessando Espanha ele e Maturin conseguirão chegar incólumes a Gibraltar, onde Aubrey recebe um novo tipo de navio, capaz de assegurar à Inglaterra a sua superioridade naval. Os dois amigos ver-se-ão então envolvidos nas mais emocionantes aventuras e Maturin revelar-se-á um espião extraordinário, capaz de desbaratar os planos mais astuciosos de Napoleão.

Opinião:

Depois do sucesso a bordo do Sophie, Aubrey regressa a Inglaterra a espera que lhe seja atribuído um comando de um novo navio. Durante essa espera ele aloja-se numa casa de campo com o seu amigo Maturin.

Devido a uma fraude cometida pelo seu agente de presas Aubrey, fica recheado de dividas e tem de abandonar Inglaterra para não ser posto na prisão. Essa fuga tem uma parte que na minha opinião é algo absurda e completamente impossível de se realizar.

Este livro tem um maior foco na parte afectiva dos dois personagens principais, e o enredo do mesmo tem mais capítulos passados em terra do que o anterior. 

A fluidez da escrita que tanto tinha gostado no "Capitão de Mar e Guerra" é aqui trocada por uma escrita mais maçuda e um enredo menos atractivo, o que me levou a gostar menos deste volume, mas se calhar tinha as expectativas altas de mais. 

As batalhas navais, que na minha opinião deviam ser o foco central do livro, são descritas de uma forma algo apressada e em menor detalhe do que no antecessor.

Avaliação: 7-10

19 de fevereiro de 2014

Divulgação - A Coroa de Joe Abercrombie


Finalmente irá ser publicado o final da trilogia "A Primeira Lei". A venda a partir do dia 25 de Março. Mais uma vez a capa deixa muito a desejar, nenhuma das capas da trilogia me agrada.
Informação retirada daqui e aqui.

Sinopse:

Logen Novededos poderá ter apenas mais uma batalha dentro dele, mas será das grandes. A guerra devasta o Norte, o rei dos homens do norte mantém-se firme e apenas um homem poderá travá-lo. O seu mais velho amigo e inimigo. Chegou o momento do Nove-Sangrento. Com demasiados mestres e sem tempo suficiente para lhes obedecer, o superior Glokta trava uma guerra diferente. Uma guerra secreta em que ninguém estará seguro e onde ninguém merecerá confiança. E, se os seus dias de espadachim ficaram para trás, é uma sorte que a chantagem, as ameaças e a tortura nunca saiam de moda. Jezal dan Luthar decidiu que conquistar a glória é um processo demasiado doloroso e volta costas à vida militar par se entregar a uma vida simples com a mulher que ama. Mas o amor também pode ser doloroso... e a glória tem o hábito desagradável de se acercar de um homem quando menos a espera. Com o rei da União no seu leito de morte, os camponeses revoltam-se e os nobres enfrentam-se, tentando roubar-lhe a coroa. Ainda ninguém acredita que a sombra da guerra está prestes a cobrir o coração da União.

Random picture #21


“No, I would not want to live in a world without dragons, as I would not want to live in a world without magic, for that is a world without mystery, and that is a world without faith.” ― R.A. SalvatoreStreams of Silver

17 de fevereiro de 2014

Opinião - Crimes Solitários


Uma noite, num dos mais belos restaurantes do Alentejo, um comerciante de negócios escuros chamado Eduardo Cortes revela publicamente um segredo embaraçoso, vingando-se da perseguição que lhe movem um inspector da Policia Judiciaria, Diogo Teixeira, e um jornalista especializado em casos de polícia, José Ricardo. Três anos depois, o mesmo Eduardo Cortes comete um homicídio mas, apesar do cuidado que põe na organização do crime para não se tornar suspeito, dá um pequeno passo em falso- um passo que só José Ricardo tem conhecimento, este, porém, não pode denunciá-lo sem se expor demasiado, pelo que se socorre do seu amigo Lisboa, Diogo Teixeira.
Está, pois , criado o ambiente para que os dois se ponham em campo para ajustarem contas antigas e resolverem um crime que podia ficar por resolver. Mas a caçada fará rolar muitas cabeças para além de Eduardo Cortes numa batalha em que dificilmente poderá haver vencedores.

Opinião: 


Crimes Solitários foi o primeiro livro publicado de Pedro Garcia Rosado. Este livro inicia a trilogia de nome "O Estado do Crime" da qual eu já li o segundo volume, "Ulianov e o Diabo".


Eduardo Cortes é um revendedor de carros usados que mora em Montemor-o-Novo. Certo dia recebe a visita de um misterioso homem de origem basca no seu stand e, essa visita pode o tornar-lo num homem muito rico.


José Ricardo é um jornalista que escreve sobre casos de polícia, e que reencontra numa cena de crime um antigo colega de faculdade, Diogo Teixeira, que agora é agente da PJ. Encontro que os levará a criar uma forte ligação profissional e pessoal.


Este livro ao contrário dos livros que li do autor aborda menos a corrupção da classe política, aborda de forma aberta alguns assuntos tabus da sociedade moderna. Mas as descrições das cenas de maior violência continuam num tom muito gráfico e que pessoalmente agrada-me. 


Sem ter um ritmo tão frenético, e um enredo mais previsível, normal por se tratar do primeiro livro escrito, não deixou de ser uma obra que me conseguiu agarrar. Pedro Garcia Rosado é sem dúvida um autor que merece maior notoriedade no panorama nacional. 


Avaliação: 7-10

12 de fevereiro de 2014

Opinião - Capitão de Mar e Guerra



Capitão de Mar e Guerra recria com uma saborosa subtileza a vida a bordo de um pequeno navio de guerra britânico em patrulha no Mediterrâneo ocidental em 1800, um ano de indecisas escaramuças navais entre a França e a Espanha". — New York Times Book Review 

Patrick O'Brian (Irlanda, 1914-2000) é um dos mais aclamados autores contemporâneos de romance histórico, sobretudo pela sua série sobre as aventuras da Armada Inglesa no tempo das Guerras Napoleónicas, de que agora, com justificado orgulho, se apresenta o primeiro volume, Capitão de Mar e Guerra. Em Abril de 1800, inicia-se a amizade entre o recém-promovido capitão Jack Aubrey e o médico Stephen Maturin, que se tornará cirurgião de bordo e um elemento preponderante da espionagem inglesa. As vidas destes dois homens ficarão ligadas para sempre, numa trepidante sucessão de aventuras e de acções de todo o tipo destinadas a pôr fim à hegemonia de Napoleão e a liquidar, em todas as frentes, a sua frota de guerra. "O'Brian conhece como ninguém a época histórica sobre a qual escreve e os seus personagens estão tão firmemente desenhados no tempo que nos parecem de carne e osso, respirando humanidade.

Opinião:

"Capitão de Mar e Guerra" é um romance histórico escrito por Patrick O'Brian. Este livro retrata o quotidiano de um navio de guerra inglês que se encontra de serviço no Mediterrâneo.

Jack Aubrey é o recém nomeado capitão do Sophie, um pequeno navio de guerra com 14 canhões. Jack é um capitão exigente, que faz constantes treinos de disparos e faz uma série de melhorias no seu navio para o mesmo estar ao nível das suas ambições.

Stephen Maturin é um médico irlandês, mas que viveu muitos anos na Catalunha. Ele tem um enorme espírito naturalista que o levou a viajar muito pela Catalunha, a procura de diferentes espécimes para os seus estudos. Após um fortuito encontro com Aubrey torna-se no cirurgião de bordo do Sophie e usa os seus conhecimentos para providenciar vantagens ao seu capitão.

Este livro foi uma agradável surpresa ao nível da escrita, eu pensava que iria ser algo maçuda e recheada de termos náuticos, mas foi uma leitura leve, com uma escrita muito fluída e com boas descrições das batalhas. As personagens principais estão muito bem construídas e a sua relação é um dos pontos fortes do livro.

Um livro que gostei muito de ler, brevemente irei ler mais livros desta magnífica saga sobre a marinha britânica.

Avaliação: 9-10

2 de fevereiro de 2014

Opinião - Lugares Escuros


Libby tinha sete anos quando a mãe e as duas irmãs foram assassinadas no «Sacrifício a Satanás de Kinnakee, no Kansas». Enquanto a família jazia agonizante, Libby fugiu da pequena casa da quinta onde viviam e mergulhou na neve gelada de janeiro. Perdeu alguns dedos das mãos e dos pés, mas sobreviveu e ficou célebre por testemunhar contra Ben, o irmão de quinze anos, que acusou de ser o assassino. Passados vinte cinco anos, Ben encontra-se na prisão e Libby vive com o pouco dinheiro de um fundo criado por pessoas caridosas que há muito se esqueceram dela. O Kill Club é uma macabra sociedade secreta obcecada por crimes extraordinários. Quando localizam Libby e lhe tentam sacar os pormenores do crime (provas que esperam vir a libertar Ben), Libby engendra um plano para lucrar com a sua história trágica. Por uma determinada maquia, estabelecerá contacto com os intervenientes daquela noite e contará as suas descobertas ao clube… e talvez venha a admitir que afinal o seu testemunho não era assim tão sólido. À medida que a busca de Libby a leva de clubes de striptease manhosos no Missouri a vilas turísticas de Oklahoma agora abandonadas, a narrativa vai voltando atrás, à noite de 2 de janeiro de 1985. Os acontecimentos desse dia são recontados através da família de Libby, incluindo Ben, um miúdo solitário cuja raiva contra o pai indolente e pela quinta a cair aos pedaços o leva a uma amizade inquietante com a rapariga acabada de chegar à vila. Peça a peça, a verdade inimaginável começa a vir ao de cima, e Libby dá por si no ponto onde começara: a fugir de um assassino.

Opinião:

"Lugares Escuros" foi o meu thriller de estreia de Gillian Flynn. Este livro é um bestseller da New York Times.


Libby, aos 7 anos presenciou o brutal assassinato da sua mãe e duas irmãs, e devido ao seu depoimento em tribunal Ben, seu irmão, foi senteciado a prisão perpétua. 25 anos depois ela é contactada por um clube secreto, que debate a crimes de alta propangada, e que lhe lança duvidas em relação ao que realmente aconteceu e começa a investigar o crime.

Libby é uma mulher que ficou traumatizada e que vive de um fundo criado por pessoas caridosas para a ajudar depois da noite fatídica, ela nunca teve força de vontade para trabalhar, e há dias em que nem sai da cama. Mas isso irá mudar.

Este livro é um thriller mais inclinado para o lado psicólogico, e que debate sofre os traumas decorrentes de eventos trágicos. É um livro sombrio e algumas partes um pouco deprimentes, mas é de uma enorme qualidade por conseguir passar ao leitor as emoções das personagens.

Avaliação: 8-10