21 de abril de 2014

Opinião - A Coroa


Logen Novededos poderá ter apenas mais uma batalha dentro dele, mas será das grandes. A guerra devasta o Norte, o rei dos homens do norte mantém-se firme e apenas um homem poderá travá-lo. O seu mais velho amigo e inimigo. Chegou o momento do Nove-Sangrento. Com demasiados mestres e sem tempo suficiente para lhes obedecer, o superior Glokta trava uma guerra diferente. Uma guerra secreta em que ninguém estará seguro e onde ninguém merecerá confiança. E, se os seus dias de espadachim ficaram para trás, é uma sorte que a chantagem, as ameaças e a tortura nunca saiam de moda. Jezal dan Luthar decidiu que conquistar a glória é um processo demasiado doloroso e volta costas à vida militar par se entregar a uma vida simples com a mulher que ama. Mas o amor também pode ser doloroso... e a glória tem o hábito desagradável de se acercar de um homem quando menos a espera. Com o rei da União no seu leito de morte, os camponeses revoltam-se e os nobres enfrentam-se, tentando roubar-lhe a coroa. Ainda ninguém acredita que a sombra da guerra está prestes a cobrir o coração da União.

Opinião:

"A Coroa" é o volume final da trilogia "A Primeira Lei" da autoria de Joe Abercrombie. 

A norte continua a guerra entre a União e os nortenhos liderados pelo Rei Bethod, mas a União conta agora com ajuda de homens do norte que se opõem a Bethod, liderados por Cão. Mas quando Logen, o Nove-Sangrento se junta aos opositores o equilíbrio de forças  pode mudar.

Em Adua, o rei encontra-se a beira da morte, e como os herdeiros morreram há uma acesa luta pela sucessão entre as mais altas esferas da nobreza da União.




Este foi o meu livro preferido da trilogia por conter uma excelente mistura de batalhas, manipulação e lutas pelo poder e ainda muito humor negro. As personagens principais são outro ponto forte deste livro, gostei particularmente de Glokta, um homem impiedoso que faz de tudo para sobreviver e Logen, um guerreiro de excelência que quer ser um homem bom. 

O enredo deste livro está muito bem construído e houve algumas partes que me apanharam completamente desprevenido. A linguagem e certas descrições bastantes violentas  poderão não agradar a todos.

Eu acho que a trilogia foi bastante mal aproveitada pela 1001 Mundos, começando logo pelo enorme espaçamento entre as publicações, um marketing errado, principalmente  com "A Lâmina" e capas pouco apelativas.

"A Primeira Lei" é sem dúvida uma das melhores trilogias de fantasia que li. 

Avaliação: 9-10

6 de abril de 2014

Opinião - Private - Principal Suspeito



Quando os ricos e poderosos estão em apuros, não é para a polícia que ligam…

A Private é a agência de investigação mais eficiente do mundo, criada para resolver de forma discreta os problemas dos ricos e poderosos. Jack Morgan, antigo fuzileiro naval e agente da CIA, é o seu dono. Os agentes da Private são os mais inteligentes e rápidos, e dispõem das tecnologias mais avançadas.

Desta vez, é o próprio Jack Morgan que se torna o principal suspeito da morte da sua ex-namorada. Ao mesmo tempo que é vigiado pela polícia, a Máfia obriga-o a recuperar 30 milhões de dólares em material farmacêutico roubado, e a bela presidente de uma cadeia de hotéis pede-lhe que investigue uma série de assassínios ocorridos nas suas propriedades.

O Principal Suspeito é Jack Morgan.

Numa luta contra o tempo para provar a sua inocência, Jack tem de enfrentar os inimigos mais fortes e inteligentes de sempre. Com mais ação, intriga e surpresas do que nunca, "Private: Principal Suspeito" é James Patterson ao seu melhor nível.

Opinião:

"Principal Suspeito" é o segundo volume da saga "Private" da autoria de James Patterson. 

Jack Morgan é novamente o protagonista e, agora o principal suspeito da morte da sua antiga namorada. Mas, enquanto se defende da acusação, prossegue com as suas investigações.

Neste livro houve um maior protagonismo das personagens secundárias, com elas muitas vezes a assumirem um papel mais fulcral nas investigações. A relação de amizade entre Del Rio e Cruz, a chegada de Scotty e a forte personalidade de Justine são o complemento ideal para o carisma de Jack Morgan.

Patterson neste livro mantém-se fiel ao seu registo, escrita sem grande espaço para descrições profundas, um ritmo frenético que é ainda mais acentuado com os curtos capítulos, que tornam os seus livros em page-turners.

Patterson pode não ser um mestre de escrita, mas é sem dúvida o melhor contador de histórias que conheço e o número de livros da sua autoria já vendidos provam isso. Um autor que recomendo sem qualquer reservas.

Avaliação: 8-10

Divulgação - Marta de Paulo Pinto Fonseca


Brevemente disponível em ebook - "Marta" - um romance da autoria de Paulo Pinto Fonseca.Poderá adquirir gratuitamente o seu exemplar na primeira semana de Maio aqui.

Sinopse:

Perante a inevitabilidade da conversa, o padre, limpando a boca ao guardanapo, quis saber o que os levara ali, naquela noite de má memória - o que os inquietaria?
Antunes, com ponderação, respondeu que fora a lágrima que ele derramara naquela tarde; justificando-se com o facto de ser raro um padre chorar no funeral de paroquianos.
Fora um cisco que lhe entrara nos olhos, disse o padre.
Os dois homens trocaram olhares. E o padre António engoliu em seco. Ele chorara. Chorara de arrependimento, porque lhe custava ter enterrado aquela rapariga, ter presidido ao funeral de uma moça ingénua, que morrera de forma tão inglória e desnecessária. Fora apenas uma lágrima de arrependimento por não ter tido a atitude certa…
Azeredo sublinhou a preocupação que o transtornara, a ele e a Antunes Alva. E inquietação deles fora tal que anunciaram ter pensado ir falar com o bispo.
O padre António interrompeu-os e recorreu à sua ironia, perguntando-lhes se iriam inquietar o Bispo por causa de um cisco lhe ter entrado na vista.
Azeredo acatou a resposta e, em jeito de conclusão, encaminhou-se para a saída. No entanto, o padre António fez-se ainda ouvir para lhes dizer que era um homem de palavra, mesmo que isso lhe manchasse a alma. Dito isto, levantou-se para proclamar que Deus seria o seu Juiz quando chegasse a sua hora - e que Ele conhecia-o bem.
Azeredo Albuquerque, admirado, admitiu que iria mais descansado depois de ouvir aquilo.
O padre não se fez rogado e desafiou-os, lançando para o ar a questão: seriam eles capazes de ter aquela paz de alma?

Os dois homens saíram cabisbaixos e o padre António voltou a sentar-se à mesa, pensativo e triste: Marta morrera, e com ela levara a sua paz e a paz daquelas duas famílias; paz de alma seria coisa que nunca mais ninguém teria. Que Deus valesse a todos.

2 de abril de 2014

Opinião - Tigana - A Voz da Vingança


O príncipe Alessan e os seus companheiros puseram em marcha um plano perigoso para unir a Península de Palma contra os reis despóticos Brandin de Ygrath e Alberico de Barbadior, numa tentativa de recuperar Tigana, a sua terra natal amaldiçoada. Brandin é um rei maquiavélico e arrogante, mas encontrou em Dianora alguém à sua altura e está cativo da sua beleza e charme. Alberico está cada vez mais consumido pela ambição, cego a todas as ciladas em seu redor. Entretanto, o nosso grupo de heróis viaja pela Península, em busca de alianças e trunfos decisivos que podem mudar a maré da batalha a seu favor. Alessan está mais moralmente dividido que nunca, Devin já não é o rapaz ingénuo que era, Catriana apenas deseja redenção e Baerd descobre uma nova magia na Península. Conseguirá Tigana vingar a memória dos seus mortos? Ninguém consegue prever o fim nem as perdas que irão sofrer. Sacrifícios serão feitos, segredos antigos serão revelados e, para uns vencerem, outros terão forçosamente de tombar.

Opinião:

A Voz da Vingança é a segunda parte do livro Tigana. E nele continuamos a seguir a demanda de Alessan para quebrar a maldição lançada contra Tigana.

Alessan e Baerd continuam os seus esforços para libertarem Tigana e após um encontro com uma importante figura decidem que finalmente está na hora de entrar em acção após vários anos de cuidadoso planeamento.

Brandin de Ygrath foi a personagem que mais gostei neste volume por ser um homem complexo, que raramente mostra o que sente, mas capaz de grande amor e ódio, como é demonstrado com a cruel vingança contra os tiganeses após a morte do seu filho.



Este volume tem um enredo mais recheado de acção e explora muito bem as diferentes perspectivas dos principais antagonistas. A escrita de Kay é muito leve e fluída. 

Para mim não há duvidas nenhumas que Tigana é um livro que todos os amantes da fantasia deviam ter na sua estante. 

Avaliação: 9-10