Com a morte de Filipe, Belo, o Rei de Ferro, a França surge na Europa. São os começos do século XIV e a elegante monarquia pode exibir orgulhosa a segurança das suas fronteiras, a força do seu exército, o vigor do seu comércio e um estrito controlo sobre as ambições dos distintos senhores feudais. Nada faz pressagiar a maldição que se abate sobre o reino e o facto de, embora pareça incrível, em apenas meio século o valioso legado dos Capetos se ir perder numa exibição calamitosa de soberania e mau governo.
A falta de descendência masculina dos três filhos do Rei de Ferro permite aos Valois ascender ao trono e, com eles, a mediocridade espalha-se pela corte. Numa década, Filipe VI, o Afortunado, mostra-se incapaz de cimentar o seu poder e deixa a França com graves falhas nas suas bases. Sucede-lhe o filho, João II, o Bom, um incapaz que não pode impedir a desagregação das suas províncias, a pilhagem e o saque das tropas estrangeiras, a diminuição do tesouro, a lassidão dos seus administradores e conselheiros, as antipatias entre os grandes vassalos e as conspirações dentro da sua própria família. Não é então de estranhar que João II acabasse o seu reinado liderando uma desastrosa marcha sobre Poitiers e perdendo a coroa ente as escassas, mas eficazes, tropas do soberano inglês Eduardo III. Era o princípio do fim…
Neste sétimo e último volume da série, o autor leva-nos aos corredores de palácio real, aos conluios que o rodeiam e se congeminam entre os seus próprios familiares. Indeciso, incapaz de avaliar a força dos Ingleses, é feito prisioneiro na batalha de Poitiers em 1356. Morrerá em Londres sucedendo-lhe Carlos V. Seguem-se anos de guerra, peste e morte, e as palavras de Jacques de Molay parecem de facto ecoar através dos tempos: «Malditos, todos malditos até à sétima geração!».
Opinião:
"De como um Rei perdeu a França" é o livro que encerra a saga "Os Reis Malditos" de Maurice Druon. O livro foi escrito onze anos após o anterior e há nele uma mudança na forma de escrita, sendo todo ele relatado pelo Cardeal Périgord a um sobrinho seu.
França está devastada devido à longa guerra contra a Inglaterra, e sofreu uma terrível derrota em Crécy contra um exército de metade do tamanho, mas que estava melhor organizado e treinado. Devido à desorganização governamental e aos elevados impostos a população passa um grave período de fome.
João II é um homem incapaz de reinar, e durante o seu reinado houve uma desagregação entre as províncias, eram atribuídos postos elevados a homens corruptos, e há inúmeros conflitos entre os nobres. Com a sua falta de perspicácia e arrogância vai cometer vários erros na batalha de Poitiers, onde a França sofreu outra derrota devastadora, e o Rei João II foi tomado prisioneiro.
A Batalha de Poitiers |
A mudança na forma de narração da história torna a leitura do livro lenta e sem grandes pontos de interesse, o que torna no mesmo de longe o que menos gostei da saga.
"Os Reis Malditos" é sem dúvida uma magnifica obra da literatura clássica francesa e uma das melhores sagas de romance histórico que já li. Aconselho vivamente a sua leitura
Avaliação: 6-10
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