13 de maio de 2010

Opinião - "As Brumas de Avalon"

Nesta crítica ao contrário das anteriores que fiz, vou fazer uma análise, não há um único livro, mas sim há uma saga completa.

Sinopses:



A Senhora da Magia:

No centro de A Senhora da Magia, primeiro dos quatro volumes desta saga, está Morgaine, a meia-irmã de Arthur, que se encontra num processo de iniciação para se tornar Grã-Sacerdotisa de Avalon. O seu grande objectivo é afastar a Bretanha da nova religião que encara a mulher como portadora do pecado original, ao mesmo tempo que desenvolve todos os esforços para colocar o seu meio-irmão no poder, como símbolo e líder da Bretanha unificada, sob a égide de Avalon e da Espada Mágica, Excalibur.

Num ambiente verdadeiramente mágico de paganismo, cristianismo, rituais mágicos e visões, sensualidade e realidade, A Senhora da Magia introduz-nos no mundo lendário do Rei Arthur, dos Cavaleiros da Távola Redonda e das Cruzadas. É o olhar feminino sobre o tempo da busca da paz e da unificação da Bretanha: cheio de inesperadas cintilações e magias, repleto de penumbras, brumas e rituais femininos. Uma perspectiva alucinante e vertiginosa de uma época onde tudo era possível através dos poderes das mulheres.



A Rainha Suprema:

A Rainha Suprema é a belíssima Gwenhwyfar, que vive dividida entre a fidelidade que deve ao Rei Supremo, o rei Arthur, com quem se casou, e a enorme paixão que sente por Lancelet, cavaleiro invencível, capitão de cavalaria dos exércitos e o amigo mais íntimo do seu marido. E não sabe, Gwenhwyfar, se é o respeito pelo juramento que fez no dia do seu casamento ou o temor de pecar contra os mandamentos de Cristo – de quem é fervorosa seguidora – ou ambos, o que a impede de consumar por actos o que em pensamentos, não consegue evitar. É tão ardente o seu desejo de que Cristo triunfe na Terra que não hesitará em persuadir o rei Arthur a trair o juramento que fizera de lutar sob o estandarte real de Pendragon, tudo fazendo para que a decisiva batalha contra os saxões seja travada unicamente sob o estandarte da Cruz de Cristo, que ela mesma bordou.

Mas maior do que a angústia de uma paixão impossível é o sofrimento em que vive, por não conseguir consumar o seu casamento oferecendo um filho ao rei. Nem os mistérios insondáveis de Deus são conforto suficiente para tanta dor e sofrimento.

E é nesta angústia, ou, quem sabe, na secreta esperança de, sem pecar, poder consumar a sua paixão ardente dando à luz um herdeiro ao reino, que a bela Gwenhwyfar decide entregar-se nas mãos da Deusa. Mas, se são difíceis de compreender os caminhos de Deus, o que poderá acontecer quando se procura modificá-los com encantamentos e magias?

Neste segundo volume da mítica saga As Brumas de Avalon, Marion Zimmer Bradley continua a maravilhar-nos através de um imaginário ancestral, de uma visão do mágico, do místico, do fantástico, de eras perdidas do mito, só ao alcance dos grandes escritores.



O Rei Veado:

Unificada e pacificada a Bretanha, o rei Arthur ocupa agora parte do seu tempo na administração da justiça e do bem-estar dos seus súbditos. Mas não pode descurar a preparação dos seus guerreiros, e é urgente que o povo esqueça rapidamente as antigas práticas pagãs e abrace com fervor a nova religião.

Enquanto isso, Gwenhwyfar não desiste de ter um filho, e a sua esterilidade só pode encontrar explicação nos pecados cometidos por ela ou por Arthur, e que Deus decidiu castigar exemplarmente. Mas que pecados tão graves poderá Arthur ter cometido? Terá sido apenas o seu amor por Gwenhwyfar – que vivia na angústia de não lhe poder dar um herdeiro natural – o que o levou, em noite de Beltane, a juntarem-se os dois e Lancelet na cama onde costumavam dormir?

Mas, afinal, Arthur tem um filho, um filho que não pode ser seu herdeiro e que a moral cristã rejeita. O rei Arthur é o Rei Veado, vítima de O-Dos-Chifres, que o cegou e enganou, e da astúcia de Viviane, a Senhora do Lago, que tudo fez para que os desígnios da Deusa se cumprissem, levando-o, sem saber, a gerar um filho no ventre da meia-irmã Morgaine, no dia em que foi coroado rei na Ilha do Dragão.

Assassinada brutalmente Viviane, é Morgaine quem ressurge com o rejuvenescer da força e da Visão, reencontradas nos braços de um jovem que a faz recordar e cumprir os votos de sacerdotisa. E, tal como Viviane, Morgaine tudo irá fazer para que a Deusa de novo estenda, a partir de Avalon, os seus longos braços por toda a Bretanha. Mas… que será do Rei Veado, quando o jovem veado crescer?



O Prisioneiro da Árvore

Que será do Rei Veado, quando o jovem veado crescer?

São cada vez mais os seguidores de Cristo e, para Morgaine, parece cada vez mais difícil conseguir que os antigos rituais perdurem no espírito dos homens. São tempos de magia, feitiçaria, morte e traição.

A Deusa trabalha sozinha e silenciosa no coração da natureza, mas não pode consumar a sua magia sem a força daquele que corre como o veado e que, com o sol do Verão, fecunda a riqueza do seu útero. As folhas levantam-se e rodopiam e ei-lo que chega! Cai súbita a escuridão, mas é com o regresso da luz que espalha selvaticamente o seu sémen sobre a terra.

Entretanto, é urgente que Arthur seja punido pela sua traição a Avalon. Um traidor não pode usar a espada da Insígnia Sagrada como se fosse um símbolo de Jesus crucificado, nem trazer à cintura a bainha tecida com as malhas da imortalidade. E nem a morte pode ser obstáculo!

Mas eis que um grito dilacerante ecoa por toda a Avalon… Roubaram o cálice da Insígnia Sagrada!… E… traição das traições, alguém se prepara para profanar o cálice da Deusa-Mãe, enchendo-o com o vinho que dizem ser o sangue daquele para quem todos os outros deuses são demónios, em vez da água pura e cristalina da terra sagrada! É terrível o castigo reservado pela Deusa a tão grande traição, mas irá Ela permitir o consumar de tal blasfémia? Que irá acontecer a Arthur, Camelot, Gwenhwyfar, Lancelet e aos restantes companheiros da Távola Redonda? E conseguirá Morgaine que o culto da Deusa perdure numa sociedade em que os homens começam a ditar as suas leis? Conseguirá, ainda, embrenhar-se nas brumas, atravessá-las… e chegar a Avalon?

Opinião:

Esta excelente saga escrita pela já falecida Marion Zimmer Bradley, levamos a conhecer melhor as mulheres das lendas arturianas. Com muitas personagens femininas fortes, como a Viviene, Igraine, Morgaine, Gwenhwyfar e Morgause, é uma série onde está bem patente o feminismo da sua escritora.

Esta saga é sempre nós apresentada do ponto de vista de uma personagem feminina, os acontecimentos que rodeiam o muito famoso, Rei Artur, a sua corte de Camelot e Avalon.

Nestes livros também nós é apresentada novas religiões, o Paganisno e o Druidismo. E a constante luta dos padres cristãos para que essas religiões e os seus costumes sejam esquecidos e que todo o povo seja unido numa só religião, a católica.

A Senhora de Avalon e o Merlim da Bretanha tentam evitar que a antiga religião e que a Deusa, desaparecem dos corações dos seus seguidores.

Numa saga bem escrita, e de fácil leitura. Eu recomendo estes livros a todas as mulheres, e não só. Se gostam das lendas arturianas então terão obrigatoriamente de ler esta saga. Este para quem, como eu, gosta de batalhas e descrições das mesmas ficarão um bocado desapontados porque só há referências a elas e nunca uma descrição completa delas. Mas mesmo assim recomendo fortemente esta saga.

Classificação: 8-10

4 comentários:

fiacha disse...

Fico contente que tenhas gostado desta saga, embora espera-se que lhe atribuisses uma nota maior (como se isso não fosse subjectivo e problema de cada um).

Ao ler este post até me dá vontade de reler a saga (em especial estes 4º volumes).

Tenho se não estou em erro o livro Os Corvos de Avalon que antecedem este livro, é um bom livro para um dia te oferecer, assim te portes bem LOL

Morrighan disse...

Eheheh!!!

Eu, finalmente, comprei a semana passada o único livro, traduzido até agora, que me faltava da saga de avalon!!!

Fiacha, para ler esta saga e compreendê-la bem, se puderes, lê pela seguinte ordem:

Queda da Atlântida -> Os Corvos de Avalon -> A Casa da Floresta -> A Senhora de Avalon -> As Brumas de Avalon

A Sacerdotisa de Avalon podes ler a qualquer altura porque é sobre Helena, mulher de Constantino.

Eu aconselho todos os livros, claro.

Lars Gonçalves disse...

Fiacha, eu porto-me sempre bem :D
Este 8 que dei as Brumas é mais a cair para o 9.

Morrighan, se tu não aconselhasses estes livros é que eu estranhava. E pode ser que algum dia ainda compre mais alguns da MZB.

Geek disse...

Concordo com todos os comentários anteriores.
No entanto, há um pormenor que é importante e não foi referido: estes livros necessitam de uma certa maturidade.
Ao contrário da maioria dos que frequentam este blog, eu não sou maior de idade. Por isso, sinto-me na obrigação de prevenir para estes casos, pois é bastante claro que o erotismo desta saga não é recomendável a muitos.